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conheça a história da Justa Trama
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conheça a história da Justa Trama

e colabore com elas no apoio à sua comunidade no Rio Grande do Sul

Hoje é track #tbt, dia de retomar algumas produções antigas pertinentes ao contexto atual. Dessa vez compartilho com vocês o podcast que gravei, em 2020, com a Nelsa Nespolo, da cooperativa Justa Trama. À época, quem possibilitou minha ida à Porto Alegre para gravar pessoalmente com a Nelsa foi a Mercur. Eles tinham acabado de estabelecer uma parceria de produção com a cooperativa para produção da bolsa térmica 100% natural. Eu já conhecia o trabalho da Nelsa, mas não sua história completa. Nesse episódio, que é meu preferido do já extinto Backstage, é possível entender sobre como a Nelsa chegou na Justa Trama e sobre seu trabalho de construção de redes produtivas que não sejam marcadas pela verticalidade e relações exploratórias, do campo à confecção.


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Esse episódio é pertinente no atual contexto, pois o avanço do agro sobre os territórios tem sido uma ameaça constante à produção de algodão agroecológico, que no Brasil é produzido em sistema consorciado, ou seja, juntamente com alimentos como feijão, milho e fava. A produção de algodão agroecológico é uma forma de ampliar a capacidade de subsistência na roça, sobretudo frente às inconstâncias climáticas, nas quais as estações já não são mais constantes e momentos de chuvas prolongadas alternados com os de secas prolongadas têm significado uma equivalente inconstância na produtividade das safras.

Nesse sentido, embora calamidades como a que estamos presenciando no Rio Grande do Sul escancarem o descaso do poder público com a severidade das consequências das alterações do clima, elas também servem para expor que o greenwashing político é parte e parcela das práticas do Estado, assim como o são das corporações transnacionais e do próprio agronegócio. Rifar o bioma regulador de chuvas do país não viria sem um preço — não para os políticos, é claro, mas para a população que, sem sombra de dúvidas, é quem menos se beneficia e mais é prejudicada pelas “externalidades” oriundas dos acordos entre o Capital e o Estado, mesmo que ela não perceba dessa maneira.

Ao mesmo tempo, o fato do Estado fazer nada ou muito pouco calamidade após calamidade também reafirma a necessidade de uma perspectiva autonomista em termos de organização comunitária, a despeito das diversas barreiras que atrasam e desanimam articulações desse tipo. No podcast com a Nelsa, falamos um pouco sobre isso, dado que, como operária, ela tem uma trajetória de articulação em movimentos de base, inclusive de muito envolvimento com o então extinto orçamento participativo. Embora vocês vão ouvir que tudo estava longe de ser perfeito, a experiência foi oportuna.

Por fim, a cooperativa Justa Trama está em um dos locais mais afetados pelas enchentes, a Vila Nossa Sra Aparecida, e estão se articulando para apoiar aquelas e aqueles que perderam tudo na comunidade. Vocês podem saber mais no Instagram e, se viável, enviar algum valor para colaborar com as necessidades imediatas.

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Espero que gostem do papo, aprendam com ele, compartilhem com pessoas amiga e deixem seu <3 para eu saber que vocês curtiram.

Até a próxima,
Marina Colerato

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