Quando falamos sobre identidade de gênero, precisamos ter em mente que esta integra uma agenda política maior, a política queer. Longe de se resumir ao transgenerismo, a política queer deve ser compreendida como uma agenda reacionária ao feminismo e às conquistas feministas dos anos 1970 e 1980.
A política queer inclui não apenas o transgenerismo, mas a regulamentação da prostituição para que esta seja tratada como um trabalho como outro qualquer; a regulamentação do “serviço” de barriga de aluguel; a pornograficação da sociedade, por meio da pornografia mas não se resumindo a ela; e a pedofilia. É uma agenda ampla de mercantilização dos corpos de mulheres (e crianças) para fins patriarcais capitalistas. É também um movimento de desconexão com a realidade material corporificada dos humanos e da reprodução da nossa espécie - um passo crucial para alcançar o projeto transumano, como explica uma das CEO mais bem pegas da indústria fármaco-médica, Martine (Martin) Rothblatt.
A política queer nunca foi uma política de esquerda. Ela nasce em meio à ofensiva das elites econômicas, culturais e políticas contra os movimentos sociais dos anos 1960. Foi nesse período que a então primeira-ministra britânica Margaret Thatcher declarou que “não há tal coisa como sociedade, apenas indivíduos”. A declaração hoje pode ser entendida como uma sentença, sobretudo se consideramos que os movimentos sociais deixaram de focar nas transformações sociais radicais para promover políticas de disputa entre indivíduos e produzir hinos de louvores à transgressão individualista. É nesse momento, inclusive, que a filantropia das fundações liberais entra em cena para cindir a consonância remanescente entre os diversos movimentos de libertação da época. São os primeiros passos para matar a esquerda revolucionária e dar espaço ao autoritarismo woke institucionalizado em torno de identidades.
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