sobre o lado b

o lado b surgiu em 2020, durante o primeiro ano da pandemia, quando a vontade de escrever sobre outros temas, sobretudo de interesse pessoal, era latente. comecei escrevendo sobre política, feminismo, ecologia, ódio, amor em textos jornalísticos, não jornalísticos e pessoais. seguimos assim.

no lado b você encontra informações pertinentes para entender nosso tempo e traduções de outras autoras e outros textos que refletem, pesquisam, estudam e cobrem temas correlatos. assinantes têm acesso a textos pessoais e autoficção, além de outros textos ocasionais.

o lado b é também um exercício de escrita de um blogueira que começou a blogar aos 13 e nunca mais parou. enquanto exercício, ele também é convite para você por para fora seu mundo nas suas próprias palavras. todo mundo é um pouco escritora. às vezes falar é difícil e escrever é a única saída possível.

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sobre a marina colerato

sou uma mulher de 36 anos com consciência da minha classe sexual e econômica, paulistana vivendo em Guarulhos, solteira orgulhosa e com uma família não convencional que gosto mais de chamar de comunidade de apoio mútuo. relativamente anti-social, punk rocker e maconheira desde adolescente, vegana desde 2013, não sei dizer se meu drink preferido é boulevardier, new york sour sem clara ou paper plane, mas claramente prefiro Bourbon a Gin.

na hora de escolher o curso de graduação, fiquei em dúvida entre design de moda e jornalismo para acabar me formando em design de moda e trabalhando com ambos. minha formação de jornalista veio, de fato, pela prática. e você encontra algumas das matérias e reportagens que eu mais gostei de escrever aqui e um tanto de outras vocês encontram no site do Modefica e da Elle.

minha práxis é ecofeminista e meu entendimento de mundo e liberdade é atravessado pela minha história, pela história da minha mãe e pela história de outras mulheres, inclusive um tanto delas que conheci por meio do Modefica e do jornalismo. entrei e saí de espaços de articulação política sem grandes histórias de sucesso para contar, mas com alguma experiência que acabou sempre me levando de volta à questão das mulheres e à necessidade da organização coletiva apenas de mulheres.

estudo ecofeminismo desde 2016 e minha base teórica passa por ecofeministas como Maria Mies, Vandana Shiva, Mary Mellor, Val Plumwood e Ariel Salleh, e ressoa com ecofeministas latino-americanas, como Ana Isla, Tica Moreno e Julieta Paredes. minha análise social parte também de Marx e feministas marxistas, radicais e lésbicas, práticas anarquistas e comunitárias em movimentos de mulheres ao redor do mundo e chega ao Confederalismo Democrático e Jineolojî na revolução de Rojava. realista implacável como sou, vivo entre o niilismo e a revolução com fé na Deusa e nas malucas de boa fé.

em 2023, finalizei meu mestrado em ciências sociais na PUC/SP com bolsa CAPES, com uma pesquisa sobre justiça climática, ecofeminismo e movimentos de mulheres. você pode acessar meu lattes aqui. no entanto, não deixei meu passado nas artes completamente de lado. atualmente faço cerâmica experimental na @asoflo_, tiro umas fotos no @wmnnnnnnn_ e coleciono umas boas refs no pinterest.

Entrevista para a revista Ela, do O Globo de junho de 2021. Veja a versão online em: https://oglobo.globo.com/ela/gente/ecofeministas-conheca-movimento-que-fortalece-as-mulheres-a-natureza-25067829.

a história longa

em 2014 comecei o que veio a se tornar o instituto modefica, organização de jornalismo e pesquisa para justiça socioambiental com uma perspectiva ecofeminista. o modefica se transformou ao longo dos anos assim como eu. um tanto de gente conheceu nosso trabalho por conta da nossa cobertura e atuação na rede produtiva da moda. outro tanto pela nossa cobertura climática ou ainda pela nossa fé na agroecologia.

à frente desse rolê durante quase uma década, escrevi sobre os mais variados temas, de pautas com dicas de beleza a reportagens densas, coordenei pesquisas robustas e até apareci no fantástico por causa de uma delas. editei centenas de reportagens sobre questões ambientais e climáticas. entrevistei gente massa, entrei e saí de uma série de espaços formais e informais, pude dar aulas e palestras, conversar com estudantes, participar de quase uma centena de eventos como mediadora ou painelista (veja alguns aqui). em suma, aprendi um tanto imensurável de coisas, perdi muitas horas de sono, ganhei muitos cabelos brancos, fiz amizades para vida e inimizades sinceras. foi intenso.

2023 o modefica deu uma pausa e eu também. precisávamos de um tempo para entender melhor o que está acontecendo no mundo, no jornalismo independente, a influência da filantropia no discurso de justiça social e para planejar como navegar por outros mares, continuando nossa missão enquanto organização ecofeminista. ao mesmo tempo, fui ostracizada, silenciada e caluniada por camaradas da esquerda por não aderir à agenda transmoderna e me levantar contra a flagrante misoginia sendo proferida contra mulheres, a incursão farmaco-médica nos corpos das crianças, o apagamento da história e da conquista das mulheres, e os horizontes transumamos da revolução arco-íris. a pancada foi forte, mas sigo dura na queda e uma ecofeminista ainda mais feroz.


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artigos opinativos, reportagens, traduções e conversas de interesse ecofeminista por marina colerato. escrevo sobre política, ecologia, transumanismo, Rojava e mulheres. à esquerda e avante.

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escrevo e pesquiso sobre temas de interesse ecofeminista