📌Painel de Refs [Junho 01]

poder e anarquia - chegou seu lado b semanal

🎶  MÚSICA

Ano passado teve álbum novo do Anti-Flag então vamos com eles para abrir nosso painel de refs sobre poder e anarquia. ♥

🔲  GALERIA DE INSTA

A galeria da semana tem como fonte o artigo As Mulheres Anarquistas no Brasil: (1900-1930): entre os esquecimentos e as resistências. Dá pra ver a galeria e depois pular para a pesquisa da Samanta.

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🐂 MELHOR ARROBA

As ilustrações do @mrcamii_: mulheres, classe trabalhadora e rebeldia.

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📃 TEXTO DA SEMANA

As mulheres que se virem, as mulheres que engravidem.

As mulheres que se adaptem, as mulheres que abortem.

As mulheres que se cubram, as mulheres que morram.

Esse texto do Alex Castro, do qual pertence o trecho acima, intitulado Toda relação homem-mulher é assimétrica, trouxe Wittig de volta e com força. Não só porque, em As Guerrilheiras, Monique Wittig (da newsletter passada) vai retomar a morte como liberdade, mas também porque Wittig foi a primeira pensadora a dizer que a heterossexualidade não é uma prática sexual, mas sim um regime político; a principal contribuição da teórica francesa à teoria queer. Wittig faz um diálogo amplo com Hegel, Marx, Engels, Sartre, Foucault, Gilles Deleuze, Lacan, chegando aos contratualistas - Hobbes, Locke e Rousseau - para fundamentar o que ela vai chamar de “contrato heterossexual”.

Como todo regime político, a prática heterossexual está fundamentada na prática do poder e por isso não há qualquer possibilidade de uma relação homem-mulher simétrica e livre de dominação¹ no atual contexto social. Vale resgatar aquele papo do homem novo - até porque nossos anarquistas, em muitos quesitos de gênero, estão deixando a desejar.

🎥 FILME DA SEMANA

Eu não tô dando conta do quanto o documentário francês Sem Deuses, Sem Mestres: História do Anarquismo é lindo. A história da luta de classes, as revoluções, as dissidências e a força do movimento anarquista movendo o avante proletário e campesino ao longo dos séculos é, no mínimo, impressionante. Por ser uma narrativa histórica do movimento anarquista mundial, é também um momento interessante para entender a história do capitalismo global e das revoluções.

As tretas entre anarquistas e socialistas, começando por Marx e Proudhon, que dividiram o movimento comunista, e a sistemática perseguição e apagamento sofridos pelas pessoas libertárias também estão ali e impressionam pela persistência - tanto dos anarquistas em resistir quanto do Estado, da burguesia e dos socialistas em atacar.

O documentário está divido em três partes de cerca de 50 minutos, todas disponíveis no YouTube com legendas para o português. Comece por aqui.

▶ EXTRA!

Vocês aí achando que meu interesse pela psicanálise e amor platônico pelo Christian Dunker são aleatórios, né? Mas (quase) nada é aleatório nessa vida e a psicanálise é, assim como a anarquia, visceralmente avessa ao poder. Em essência, a psicanálise pode ser entendida como prática para liberdade dos sujeitos. Mas antes de ver o vídeo do Christian Dunker sobre anarquia e psicanálise, dá aquela assistida rápida no meu video explicando poder, aqui no Insta.

Até a próxima,
Marina Colerato 

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1. Uso aqui dominação dentro do conceito foucaultiano.